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CICLOVIAGEM 5

CHAPADA DO ARARIPE- CEARÁ

2018

Novamente aqui estamos para relatar-lhes mais uma cicloviagem, a quinta, realizada agora em abril de 2018 para a Chapada do Araripe no Ceará.

Eu estava bastante ansioso por esta viagem por ser com um grupo diferente do normal de todos os anos, sendo somente eu e Luisão remanescentes do grupo anterior.

O Luisão como Presidente do Campinas Bike Clube vinha sendo constantemente cobrado pelos ciclistas a fazer uma CV com os participantes do clube, já que o grupo anterior nada tinha a ver com este clube, apenas eu e Luisão eramos do clube.

Muito bem, neste novo grupo tinhamos um novo coordenador do mapeamento em GPS, que sabemos é fundamental em uma trilha desconhecida.

Além disso, a altimetria da região, o calor, o terreno, era tudo uma incógnita que só iríamos conhecer lá.

O grupo então foi formado por cinco ciclistas do CBC. Eu, Luis Carlos Rosa, José Luis Figueira Massa, Fabio Campos e Alan Tambelli.

O José Luis é madrilenho e está a serviço no Brasil, sendo seu retorno a terra natal previsto para Agosto/2018. Foi então uma excelente oportunidade dele conhecer o nosso nordeste e suas peculiaridades.

Tanto José Luis, como o Fabio Campos e o Alan Tambelli iriam em sua primeira cicloviagem, o que aumentava a nossa expectativa para esta CV.

O Alan foi o coordenador do mapeamento em GPS e nos guiou com maestria de veterano nos 268 km e 3.636 mts de elevação nas trilhas da Chapada, talvez um pouco pressionado pela responsabilidade de fazê-lo pela primeira vez, mas muito bem sucedido. Tem um grande futuro como guia de cicloturismo.

Eu por estar em Salvador, peguei um voô para Recife e depois Juazeiro do Norte, nossa base para largada da CV.

Os demais vieram de Campinas.

No sábado, um dia antes do inicio do pedal, fizemos uma visita ao morro onde se encontra a estátua de Padre Cícero, e já deu para ver a dificuldade que teríamos pela frente. Foi uma subida íngreme e longa, em um calçamento de pedras irregulares que dificultava muito a pedalada.

Esta situação se repetiria no dia seguinte, domingo, nosso primeiro dia de cicloviagem, de onde partimos de Juazeiro e fomos para Nova Olinda. Um dia difissílimo para mim, que cheguei ao destino totalmente desgastado e pensando se deveria continuar a viagem.

Felizmente no dia seguinte acordei disposto e segui em frente até o final com boa disposição.

Abaixo seguem as fotos tiradas durante esta CV.

Saindo do aeroporto de Salvador rumo a Juazeiro do Norte-CE com uma conexão em Recife-PE.

Aqui nosso primeiro almoço no sábado, dia que antecedeu o início do pedal, em um restaurante temático Coisas do Sertão, com uma grande variedade de pratos típicos locais.

Eu e o Luisão incorporando o cangaceiro para pedir licença para adentrar em seus domínios.

Também neste sábado a tarde, não poderíamos empreender a viagem sem antes pedir a benção de Padre Cícero.

Aqui nossa saída do hotel para nosso primeiro dia da CV 2018. Bikes prontas com seus alforges para nossos cinco dias na Chapada. Reparem nas camisas especialmente feitas para esta ocasião, que decidimos chamar de Expedição Cariri.

Este foi o dia da onça beber àgua. Quase 70 km com uma elevação de quase 1.300 mts em um piso de pedras irregularmente assentadas e que exigiu um esforço sobrenatural para mim, chegando neste final de dia disposto a abortar a viagem, pois achava que não iria conseguir acompanhar o grupo.

Perdi a conta de quantas vezes desci para empurrar. O alforge que saiu de Salvador pesando 8 kg, agora parecia 100 kg affffffff. Estas pedras mal colocadas e lisas pela água que escorria sobre elas, foram um tormento.

Mas acho que Lampião e Padre Cícero tiveram dó do véio e deram uma força no dia seguinte. Amanheci bem e o véio serelepe de sempre, e assim fui até o final, exceto pelos bois que encontrávamos pelo caminho e não sabíamos bem o que fazer.

Aqui meu encontro com o típico vaqueiro nordestino com sua roupa de couro que o protegerá dos espinhos da mata.

Sequência de pneus furados, cinco ao todo durante toda a viagem

Chegando naquela que seria o motivo da nossa CV. A Chapada do Araripe, aos pés da cidade de Santana do Cariri. Ao fundo já se observa a Chapada.

Terminando e enorme subida ao Mirante da Pedra, onde estaríamos no topo da Chapada para daí iniciarmos o incrível single track de 54 km, o maior do Brasil, dentro da mata fechada da Chapada.

Foi incrível pedalar por tantos km e tantas horas dentro de uma mata que por vezes os galhos batiam nos braços, pernas e algumas vezes no capacete. Vimos várias pegadas de um animal que parecia muito ser de onça. Não é de se surpreender devido ao isolamento do local e sua possível fonte de alimento, uma vez que moradores nos sítios vizinhos a Chapada relataram terem perdido animais domésticos para onças.

Estamos agora em uma vila Suíça próxima a cidade de Missão Velha, onde infelizmente o que era para ser uma excelente atração turística na região, está abandonada por problemas de desavenças familiares.

O local possui uma réplica da Torre Eiffel, e a quem diga que o proprietário viveu na Europa e tinha uma paixão pela França. A propriedade fica em uma grande área ao pé da Chapada e muito bonita, apesar de um pouco abandonada. O que uma difícil relação familiar não destrói.

Uma refrescada na Cachoeira de Missão Velha.

Bem, aqui vamos terminando e edição de mais esta jornada ciclística, com a galera toda com a camisa do nosso querido Clube Campinas Bike.

Como não poderia faltar, um pouco de nossas comemorações pela amizade e paixão pelo ciclismo no Botteco em Juazeiro do Norte.

Terminada a CV e tendo os colegas Luisão, Fabio e Alan voltado a Campinas na quinta feira e eu e o José Luis permanecido mais um dia, pensamos nesta sexta feira aproveitar e voltar a Santana do Cariri para visitar o Museu Paleontológico que estava fechado no dia que lá estivemos e também aproveitar para ir no Mirante da Pedra, que no dia da subida para a Chapada, abortamos por sair fora do roteiro de GPS.

Esta libélula petrificada possui 120 milhões de anos e é o simbolo do Museu. Muito estranho estar cara a cara com uma preciosidade destas, e ficar imaginando como o mundo se transformou desde então e como somos insignificantes diante de tanta existência.

Este fóssil de dinossauro, de também 120 milhões de anos, tem o quadril e parte das pernas e pés verdadeiros, sendo as demais partes reconstituídas.

Na subida para o Mirante, reencontrei a inscrição de meu nome perpetuado nas rochas do local, esperando que ele permaneça lá por mais tempo daquele que eu terei na terra.

A incrível vista do Mirante, onde passamos por horas admirando o poder da natureza e onde também aproveitamos e almoçamos em um restaurante local, de frente a todo este esplendor.

Já íntimos do Botteco, eu e José Luis voltamos para a despedida final da nossa maravilhosa jornada.

Adeus Juazeiro do Norte, adeus Chapada do Araripe, até breve!

Última visão da Chapada, já com o coração pedindo para voltar.

O meu amor eterno a minha família que me apoia e incentiva nestas jornadas, em especial a minha esposa Ana Maria que dá a maior força para que eu nunca pare.

Meu filho Daniel, minha nora Carolina e meus netinhos Dudu e Bela.

Minha filha Fernanda e meu netinho Pietro.

A patroa, Ana Maria, minha companheira de 45 anos de casamento, fora os 4 de namoro.

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