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CICLOVIAGEM 3

CIRCUITO CASCATAS E MONTANHAS-SC
2016

Abril de 2016 finalmente chegou e desta vez o nosso destino foi Rio Grande do Sul, e assim fechamos os três estados do sul do País.

Nesta CV fomos somente em cinco, eu, Celso, Luisão, Nadir e Marcos. Três foram para a Europa fazer o caminho português de Santiago de Compostela e dois não puderam ir a nenhum deles.

Escolhemos um circuito novo, ainda pouco conhecido e sem muitas informações de outros cicloturistas, mas mesmo assim decidimos encarar, pois este é um dos princípios básicos do cicloturista, o desconhecido nos desafia.

Quando vimos as informações postadas pelos organizadores do circuito, vimos que a km total era baixa, somente 123 km o que para nós é só um aperitivo para cicloviagens. Gostamos de pedalar em torno de 400 km para dar bastante emoção.

Então decidimos prolongar este circuito, alterando a primeira etapa passando a sair de Novo Hamburgo, e a última etapa e esticando até Canela e Gramado, passando dos 123 para 273 km. Ainda era pouco, mas bastava, pois queríamos aproveitar mais o tempo para turismo nas cascatas, vinícolas, gastronomia, etc...

Ledo engano. O circuito parece que só tinha subidas, terra, barro e pedras. Que sufoco! Mal passamos dos 220 km, empurrando bastante as bikes carregadas com alforges, em várias subidas. Sem contar as duas vezes que tivemos que recorrer ao reboque (Van e caminhão) para completar o trecho do dia, por motivos diferentes como, ciclistas arreados e impossibilidade de pedalar no barro.

Mas como sempre, depois de tudo, tivemos muitos motivos para comemorar e dar boas gargalhadas da nossa ousadia, mas ninguém quer mais fazer CV com estas características. Queremos subidas sim, mas nem tanto, até porque o véio não aguenta kkkkkkkkkkk.

Novamente seguimos de avião até a cidade de Porto Alegre, de lá pegando o metro de superfície até Novo Hamburgo onde nos hospedamos.

Dia seguinte já nas bikes seguimos para Rolante com seus 65 km e onde começa oficialmente o circuito. Até aí tudo bem, a pedreira viria no dia seguinte que amanheceu com um dilúvio e tinhamos um das etapas mais difíceis do circuito, com muitas subidas. Só não contávamos com o barro e pedras soltas no caminho. Não teve jeito, pedalamos 9 km que mais pareciam 30 km de tanto que a bike afundava no barro, e para não cair, tinhamos que botar força nos pedais.

Pedimos arrego e arrumamos uma Van que nos levou até o destino final. Não foi de todo ruim, pois eu, Luisão e Marcos (ele é tratado como Bob por nós e é assim que vou me referir a ele daqui para frente) fomos dentro do furgão, junto com as bikes, já que na cabine junto com o motorista foram o Celso e o Nadir.

Como sempre carrego comigo nas CV um cantil de ço inoxidável com congnac, não deu outra, fomos bebendo o trajeto, já que estavamos molhados, com frio e fome, já logo cedo.

Como chegamos antes da hora na pousada, surpreendemos o casal proprietário do local que nos esperava para a janta, que seria feita na pousada, já que estávamos longe de qualquer outra alternativa.

Mas este simpático casal, Dona Elza e Sr. José Dirceu ( o do bem) deram uma jeito e fizeram um almoço delicioso e as pressas no fogão a lenha, e regado a uma boa pinguinha local e vnhos. É disto que gosto e curto demais, gente boa, comida boa, pinga boa e conversa melhor ainda, ao lado do fogão e ouvindo as histórias do casal.

Esta gente boa toma conta de tudo sozinhos, a pousada, o restaurante, o gado, ovelhas, porcos, galinhas e a horta.

Gente brava que este País deveria respeitar mais, assim como eu respeito e tiro o chapéu. Ele com 70 anos e ela não perguntei para não ser indelicado, mas acho que uns 65 anos.

Adorei este casal e espero um dia voltar a encontrá-los.

Dia seguinte saímos com chuva novamente e pegamos a descida mais íngreme e perigosa do circiuito em direção a cachoeira Chuvisqueiro, linda, imponente, dominadora, no meio de uma clareira do tipo ferradura, de matas e pedreira. Algo de lavar a alma e nos mostrar como somos insignificantes diante da natureza e por mais que tentemos destruí-la, ela mantém sua dignidade.

Daí para frente foi só pedreira, subida interminável onde pedimos arrego e tomamos nossa segunda carona em cima de uma caminhão local. Não passava uma viva alma neste trecho e quando o grupo já não aguentava mais, passou uma moto e pedido socorro, foi buscar um caminhãozinho e nos levou ao final desta etapa em Boa Esperança.

Lá fomos recebidos por outro casal excepecional, Rosane e Aureo Basei, donos da Cantina Basei, que excepecionalmente abriu o restaurante para nosso almoço e jantar (era uma quinta-feira e eles só abrem aos sábados e domingos pois moram em Rolante), novamente regados ao excelente vinho da Vinícola Finger, vinho tinto seco fino, comparável aos melhores do mundo, mas que não se encontra por aqui devido a baixa produção, e o que é melhor, barato.

Seguindo nossa jornada, fomos para São Francisco de Paula onde nos hospedamos no maravilhoso Hotel Cavalinho Branco, lavamos nossas bikes e fomos descansar.

Dia seguinte rumo a Canela e Gramado em mais um dia puxado na km. Fizemos uma alteração no nosso traçado original, por conta de uma sugestão do hotel e nos demos bem, pois evitamos trechos de montanha e fomos pelo campo, onde passamos por duas represas muito bonitas.

Já em Gramado fomos visitar a rua coberta, o prédio dos festivais de cinema e jantar uma deliciosa sequência de founde. Nunca tinha ouvido falar em sequência de founde, que serve queijo, carne e chocolate na mesma refeição.

Fizemos um bem bolado com o restaurante e pagamos cerca de 45 reais por pesso, fora os vinhos, e comemos que nem gente grande.

Depois, já de volta ao hotel ninguém conseguia dormir, fora o show de fogos até umas duas horas da madrugada. Affffffffff

Dia seguinte rumo a Novo Hamburgo, pedal de mais 65 km cheio de subidas que não acabavam mais. Quando a gente pensava que era a última, vinha outra e quando eu olhava a cara da galera pensava, lá vem outra carona.

Mas estes bravos guerreiros, mesmo se arrastando conseguiu chegar no destino final. Teve gente que falou que se tivesse mais cem metros, desistiria rsrsrs.

Neste dia 15/04 era o aniversário do Bob e filamos uma chopp com bolinho de bacalhau na faixa, e olhe que as canecas eram de 500 ml, o que deu para se reidratar bem.

Dia seguinte, aniversário do meu filho Daniel 16/04, fomos de taxi ao aeroporto (alugamos para nos livrar do perrengue do metro com malas bike, alforges..) e retornamos para nosso lar, com o espírito renovado e ansiosos para que o ano seguinte chegue logo.

 

Eu e Bob chegando ao Hotel em Novo Hamburgo no maior perrengue. Viemos de metro e descemos a uns 500 mts do Hotel e fomos na raça mesmo.

Saindo do hotel em Novo Hamburgo para início da Cicloviagem.

Cascata Chuvisqueiro no município de Rolante, uma imprecionante queda de +- 50 mts.

O Bob estava tirando a foto.

Cantina do agradável casal Rosane e Aureo onde tivemos o almoço e jantar da melhor qualidade gastronômica italiana, regados a vinho.

Mal acostumado com os reboques, decidi pegar mais uma carona rsrsrs

Minha iluminada passagem pelo arroio de agua gelada. Haja cognac!

Meus queridos Sr. José Dirceu e Dona Elza da Pousada Três Pinheiros da Serra.

Frio na Pousada Três Pinheiros da Serra, onde chega a nevar  as vezes

Chegando em Canela, onde ao lado fica o Santuário de Nossa Senhora do Caravaggio

No desvio de rota sugerido pelo cosinheiro do Hotel Cavalinho Branco, passamos pela Rota das Barragens.

Fim da cicloviagem ao R. G. do Sul e do gás. Cansadinho, pensando em voltar para casa e planejar a próxima CV.

Não sem antes comemorar a ocasião e a famosa reidratação de finais de pedal e recomendada pela minha nora, exímia médica cardiologista, Dra. Carolina Thé Macedo

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